Doenças Respiratórias
Olá pessoal, souo Dr. Renan Cabral Cevarolli, Médico Veterinário especialista em aves e animais exóticos e em mais uma oportunidade concedida pela revista Pássaros trago um assunto que surge como rotina na clínica aviária: As doenças respiratórias.
Estes alados têm um dos sistemas respiratórios mais complexos do reino animal, com nove sacos aéreos ligados ao pulmão propriamente dito onde ocorrem as trocas gasosas. Diversas evidências mostram que as aves são descendentes diretas dos dinossauros e a evolução deste sistema respiratório foi um dos fatores que favoreceram sua perpetuação até os dias de hoje. Os sacos aéreos contribuem para o voo e otimizam a captação de oxigênio do ar.
O clima quente e úmido do Brasil favorece muito as doenças respiratórias em aves. Pois apesar da evolução do seu sistema respiratório ele contém falhas, uma delas e a má vascularização dos sacos aéreos, tal fator dificulta que fármacos que utilizamos para combater um determinado microrganismo ajam da melhor forma possível quando são administrados por via oral. Ou seja, não adianta que o medicamento que escolhemos caia na circulação sanguínea que ele não atuará bem em uma área pouco vascularizada sendo necessária a nebulização.
Outro fator crucial é a realização do diagnóstico. Diferentes dos mamíferos que possuem tórax e abdômen, as aves só possuem uma cavidade, a cavidade celomática; e como não possuem o diafragma, elas respiram relaxando e contraindo a musculatura intercostal e expandindo assim seus sacos aéreos e fazendo com que o ar passe pelos pulmões. Desta forma, uma ave pode ter dispneia pelo aumento de qualquer órgão da cavidade que pressione o trato respiratório, na minha rotina clínica o órgão que mais atrapalha a respiração é o fígado que muitas vezes está aumentado pela alimentação inadequada.
Assim sendo, é imprescindível que façamos no mínimo uma radiografia da cavidade celomática para termos um direcionamento de protocolo terapêutico e quando possível um hemograma, o qual já consigo fazer até em passeriformes pequeninos como coleiros, curiós e trincas. O hemograma diferencia se um animal está respondendo ou não a uma provável infecção e nos dá a gravidade do quadro, assim como nos mostra se ele tem hipoproteinemia, que pode levar a um edema pulmonar e também ser uma causa de dispneia, além de nos mostrar se está anêmico e qual a classificação desta anemia.
Entre as causas infecciosas mais comuns em patologias respiratórias temos a Clamidiose, a Micoplasmose, a Aspergilose, a Pasteurelose, a Poxvirose e outras viroses e infecções bacterianas oportunistas. Entre as intoxicações, praticamente todas mostrarão a ave com um quadro de dispneia mas uma das causas mais comuns em acidentes domésticos é a intoxicação por PTFE que é o material que reveste as panelas antiaderentes. A panela esquecida no fogo lança no ar uma substância tóxica letal para as aves.
Para ilustrar o artigo trago dois casos clínicos que apresentavam sintomas muito semelhantes e com causas diferentes. Na figura 1 temos umacalopsita com pneumonia e aerossaculite, onde podemos observar a radiopacidade do campo pulmonar, já na figura 2 temos um coleiro com hepatomegalia e sem nenhuma alteração no trato respiratório, apenas a compressão. Precisamos falar mais sobre a importância dos exames?
Encerro este pequeno artigo com a certeza de estarmos caminhando cada vez mais para transformar a clínica de aves em medicina e não só prática. Não mediquem sem exames, perguntem a opinião de um veterinário especialista para que este o oriente da melhor forma possível e até uma próxima.
Estes alados têm um dos sistemas respiratórios mais complexos do reino animal, com nove sacos aéreos ligados ao pulmão propriamente dito onde ocorrem as trocas gasosas. Diversas evidências mostram que as aves são descendentes diretas dos dinossauros e a evolução deste sistema respiratório foi um dos fatores que favoreceram sua perpetuação até os dias de hoje. Os sacos aéreos contribuem para o voo e otimizam a captação de oxigênio do ar.
O clima quente e úmido do Brasil favorece muito as doenças respiratórias em aves. Pois apesar da evolução do seu sistema respiratório ele contém falhas, uma delas e a má vascularização dos sacos aéreos, tal fator dificulta que fármacos que utilizamos para combater um determinado microrganismo ajam da melhor forma possível quando são administrados por via oral. Ou seja, não adianta que o medicamento que escolhemos caia na circulação sanguínea que ele não atuará bem em uma área pouco vascularizada sendo necessária a nebulização.
Outro fator crucial é a realização do diagnóstico. Diferentes dos mamíferos que possuem tórax e abdômen, as aves só possuem uma cavidade, a cavidade celomática; e como não possuem o diafragma, elas respiram relaxando e contraindo a musculatura intercostal e expandindo assim seus sacos aéreos e fazendo com que o ar passe pelos pulmões. Desta forma, uma ave pode ter dispneia pelo aumento de qualquer órgão da cavidade que pressione o trato respiratório, na minha rotina clínica o órgão que mais atrapalha a respiração é o fígado que muitas vezes está aumentado pela alimentação inadequada.
Assim sendo, é imprescindível que façamos no mínimo uma radiografia da cavidade celomática para termos um direcionamento de protocolo terapêutico e quando possível um hemograma, o qual já consigo fazer até em passeriformes pequeninos como coleiros, curiós e trincas. O hemograma diferencia se um animal está respondendo ou não a uma provável infecção e nos dá a gravidade do quadro, assim como nos mostra se ele tem hipoproteinemia, que pode levar a um edema pulmonar e também ser uma causa de dispneia, além de nos mostrar se está anêmico e qual a classificação desta anemia.
Entre as causas infecciosas mais comuns em patologias respiratórias temos a Clamidiose, a Micoplasmose, a Aspergilose, a Pasteurelose, a Poxvirose e outras viroses e infecções bacterianas oportunistas. Entre as intoxicações, praticamente todas mostrarão a ave com um quadro de dispneia mas uma das causas mais comuns em acidentes domésticos é a intoxicação por PTFE que é o material que reveste as panelas antiaderentes. A panela esquecida no fogo lança no ar uma substância tóxica letal para as aves.
Para ilustrar o artigo trago dois casos clínicos que apresentavam sintomas muito semelhantes e com causas diferentes. Na figura 1 temos umacalopsita com pneumonia e aerossaculite, onde podemos observar a radiopacidade do campo pulmonar, já na figura 2 temos um coleiro com hepatomegalia e sem nenhuma alteração no trato respiratório, apenas a compressão. Precisamos falar mais sobre a importância dos exames?
Encerro este pequeno artigo com a certeza de estarmos caminhando cada vez mais para transformar a clínica de aves em medicina e não só prática. Não mediquem sem exames, perguntem a opinião de um veterinário especialista para que este o oriente da melhor forma possível e até uma próxima.
Figura 1 : Calopsita em decúbito lateral esquerdo, observar a radiopacidade pulmonar
Figura 2 : Hepatomegalia em coleiro.